quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Ser humano

Corre, contra o tempo, pois sabe que seu limite já passou.

Almeja grandes sonhos, infantis.

Se perde de si mesmo, pois ainda não sabe quem é de verdade.

Se enche de si e toma títulos e honras que não lhe pertencem.

Poeta, filosofo, sábio, nada disso ele é de verdade.

Seu ego lhe domina com qualquer elogio mínimo.

É frágil, como vidro comum, que ao se partir, fere e rasga.

Sentimental demais, deixa que suas dores o paralisem.

Racional demais, deixa que seus pensamentos o privem de viver.

Tolo demais, almeja ver o bem em todos.

Atrasado demais, só percebe os erros quando já os cometeu.

Ansioso demais, se perde em seus planos futuros.

Depressivo demais, se perde em seu passado longínquo.

Almeja a luz, quando é cheio de suas próprias sombras.

Tenta fugir da escuridão, mas só se perde nas sombras alheias.

Escreve, verseja e questiona, pois é tudo que pode fazer, para tentar alcançar a si mesmo.

Humano demais, se vê perdido no mundo, tanto o real, quanto o interno.

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