segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Poe... ...sofia

Algo mudou em meu coração.

As palavras que me representaram um dia, já não me parecem vindas de mim.

Sinto-me estagnado uma vez mais.

Seria por conta do fim de minha tão violenta e avassaladora paixão platônica?

Estaria eu, em meu modo lógico demais, para poder sentir?

Ou estaria novamente entorpecido, evitando sentir para não sofrer?

O peito parece vazio.

As palavras vêm, mas mais pela lógica do que pela emoção.

Não há mais paixão.

Então é assim que as poesias morrem?

É assim que o poeta deixa de existir, quando não há mais nada a que se apegar?

Ainda sou amor, no âmago de meu ser.

Então por que não sinto que o seja?

Haveria morrido algo em mim, que me tornou alguém diferente?

Poderia uma paixão platônica ter tanto impacto na vida de um indivíduo a ponto de o mudar?

Poderia um texto filosófico ser considerado poesia?

Poderia a poesia, fazer parte da filosofia?

Me sinto perdido, me sinto distante de mim mesmo.

Não me vejo em minhas próprias palavras, não me vejo nos poemas de amor, não me vejo nas declarações a amada declamada.

Mesmo sem sentimentos aparentes, as palavras vêm a mim, quando as chamo.

Elas são parte do que sou, são reflexos de minha alma.

Se não sou poeta, não sei mais o que sou.

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