domingo, 8 de outubro de 2017

Vazio...

Vazios...

Vazios são os sentimentos,
Vazios são os conceitos,
Vazias são as palavras.

Vazias são as pessoas,
Vazios são os lugares,
Vazio é o poeta.

Vazio está o Mundo.
Mas de que?

Os sentimentos mudam,
Os conceitos mudam,
As palavras não.

O que eu sou? Quem sou eu?

As pessoas mudam,
Os lugares mudam,
E o poeta, não?

No fim, as palavras mostram-se iguais.
No fim, prova-se que todo humano é mortal.
No fim, não há nada além do ponto final.
No fim, ecoa apenas o silêncio... Vazio.

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Fluxo?

As palavras fluem, flexíveis.
As idéias surgem, sem limites.
O texto brota como árvore nova, como um novo começo. Mas então o fluxo para e me vejo perdido outra vez, sem saber como cheguei aqui ou porque aqui estou.
Ainda sinto-me entorpecido, embriagado, por minhas paixões de momento, mas no momento nada sinto. Contraditório, confuso e divergente, assim me sinto, perdido no fluxo de minhas divagações.

Num vagão de metrô

Em meio a multidão a solidão impera.
Nada importa, ninguém importa, ninguém se importa...
Ela esta só, em meio a um mundo que não a compreende. Esta só e cansada, tudo que deseja é chegar a seu destino sem ser perturbada, sem que ninguém a atormente.
Ela despreza os olhares que a fulminam com desejo. Ela é bela e triste e eu a desejo.
Cobiço não só seu corpo, mas sua alma e seu mundo.
O que se passa nessa mente e nesse coração?
Haveria tanta beleza por dentro quanto há por fora? Haveria tanta tristeza em seu âmago, que acaba por se refletir em seu semblante?
As questões ficam no ar, assim como minha cobiça e meus desejos, pois no fim eu a deixo em sua solidão enquanto me perco na minha própria.

Reflexão

O tempo passou. E o que há de novo para se dizer? Nada...
As palavras continuam tentando sair. As ideias e conceitos continuam a surgir. Mas o que querem dizer? O que quero dizer?

Entorpecido de sentimentos, tento expressar qualquer coisa que esteja em minha alma, mas tudo parece já ter sido dito ou o tudo que ainda há para se dizer se recusa a ser coerente. Conivente com minhas dúvidas, meus medos me atormentam e eu me perco mais uma vez em mim mesmo, na tola tentativa de ser algo mais, algo melhor, alguém melhor...

Onde foi parar aquele "eu" , que sabia expressar seus sentimentos em palavras. Se perdeu, se escondeu, morreu em mim?
Ou será, por um acaso do destino, que foram os sentimentos que deixaram de existir?
Tantas dúvidas, tantos medos, tanta falta de sentimentos.
Sinto-me cheio desse mundo por estar vazio de mim mesmo.
04/10/2017