O cursor pisca mais uma vez, esperando que as palavras venham e preencham a tela.
Há muito a ser dito, mas nada que realmente seja relevante.
A paz parece reinar em mim no momento e tudo que sou parece estar no seu devido lugar.
Percebo que a vida está passando, e os últimos 8 anos passaram diante de meus olhos sem que eu realmente percebesse.
Grandes cicatrizes marcam meu coração, lembretes de um amor que tive de deixar partir, para que eu mesmo não me destruísse. E que acabou me “roubando” todo esse tempo para que eu pudesse prosseguir.
Não lembro mais porque comecei a escrever, nem no começo de tudo, nem no começo deste texto, mas sigo o fazendo, porque parece me libertar de meus pesares e temores, como nada mais é capaz de o fazer.
Há grandes questões na vida, sim, mas são as pequenas questões do cotidiano que realmente tomam meu tempo.
Me iludo fácil diante da vida. Talvez eu seja ainda muito ingênuo e infantil, muito crédulo diante de minhas máximas.
Há tantas palavras em mim, mas não consigo entrega-las as pessoas como gostaria. Tendo a travar diante das interações sociais. Não que não consiga interagir, sou até bem sociável, mas diante de uma única pessoa com quem não partilho algo em comum, tendo a não conseguir evoluir uma conversação. Até tento as vezes, mas há momentos em que nada parece surgir para ser dito, enquanto minha mente permanece em um turbilhão de palavras.
Talvez eu seja lógico demais em momentos em que deveria ser mais espontâneo. E espontâneo demais em momentos que deveria rever o que digo e faço. O equilíbrio é uma coisa delicada e eu ainda não pareço ser capaz de o manter corretamente.
Mais de 200 palavras em um texto que diz muito sobre mim e ao mesmo tempo nada diz.
Relatos de pensamentos esparsos e monólogos entediantes. Sim, isto é o que este texto é, uma coleção das coisas que se passam em minha mente e que definem de forma intrínseca parte do que sou. Um amontoado de fragmentos de alma, mente e coração. Uma válvula de escape diante do caos do cotidiano.
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