Sinto que estou me esvaziando, que estou afinando.
A tempestade parece estar cessando, os sentimentos parecem estagnados outra vez.
O coração parece ter finalmente aceitado as palavras da razão e sinto como se tudo estivesse me deixando.
Verdades foram compreendidas ao longo do processo e tive mudanças de paradigma.
Passei por uma estranha regressão, na qual tive um surto de pensamentos e sentimentos, que me levaram a rever valores, conceitos e a vida de uma forma geral.
Será que mudei ou apenas estou na crise dos 30? Será que amadureci ou estou apenas tentando me enganar? Será que sou o produto do meio onde estou? Será que eu sou eu?
A filosofia é confusa, traz esclarecimentos reveladores, mas também dúvidas atrás de dúvidas.
“É necessário que ao menos uma vez na vida você duvide, tanto quanto possível, de todas as coisas”, René Descartes o disse. Estaria eu então aplicando a ideia de Descartes, duvidando de meus conceitos, valores, de minha vida e até de minha própria existência?
Não há verdades absolutas. Os paradigmas mudam, os conceitos mudam, as ideias mudam, os sentimentos mudam.
Sempre fui solitário, desde que consigo me lembrar, e em verdade me acostumei a ser assim. Convivo pacificamente com a maioria das pessoas, busco ser gentil e educado com todos, sempre que possível. Agora entendo que vivi uma vida esperando aprovação alheia, uma verdade simples, que nunca quis enxergar, talvez por medo de meu próprio julgamento.
Mas devo dizer, não sei se pela passagem do tempo ou pela revisão da vida que passei, que ando me sentindo solitário. Mas ainda assim, as companhias alheias não me parecem realmente necessárias. Sei que convívio é parte da premissa de nossa espécie, entretanto como paria que sou, sinto-me distante dessa realidade de convivência maçante e contínua com as pessoas.
É confuso ser eu, é complexo estar em minha cabeça e diria que mais ainda em meu coração.
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