Olhe nos meus olhos e veja o quão mau eu posso ser
Olhe nos meus olhos e diga o que pode ver
Olhe para o céu, veja aquele belo pássaro negro
Seria ele um corvo? Talvez.....
Olhe para mim, veja essas asas quebradas, esses braços tão fortes e tão impotentes
Olhe nos meus olhos e diga o que não pode ver
Veja na terra, as marcas de nossos pés, os passos já passados
Olhe para mim, revele meu futuro
Diga que sou mais que um pássaro ferido, diga que posso mais do que o manual descreve
Diga que meu céu azul de anil, não é mera ilusão de meus devaneios
Diga que em meu peito ainda bate um coração cheio de sentimentos
Olhe em meus olhos, e diga se ainda sou humano
Diga se as palavras não fazem sentido algum para você, assim como não fazem para mim
Diga que este céu escuro como a noite, que essas gotas que caem sem cessar, são só uma ilusão
Diga que meu mundo está intacto, como eu o deixei um dia
Diga que meu lar não se perdeu, como eu me perdi
Diga que o pássaro ainda pode voar, mesmo de asas quebradas
Diga que não á nada que seja impossível, se eu tentar
Diga que me ama, mesmo sem me amar
Minta para mim, diga que sou normal, apenas um tolo abalado por seus sentimentos “puros”
Ama-me, ama-me como nunca amou a nenhum outro
Tire de meu peito, não um pedaço, mas todo o meu coração
Corte-o, faça-o sangrar como um porco no matadouro
Arranque-o de mim, como eu arranquei minhas asas, minha liberdade, meu céu azul de anil
Olhe em meus olhos, e diga o que pode ver
Olhe para o céu, olhe o pássaro negro, olhe em meus olhos, e veja meu mundo em minha alma.
01/10/2009