O beijo

Ele e ela caminhavam, lado a lado;
Eles conversavam, sabe-se lá sobre o que;
Ela sorria, enquanto ele agia como um idiota;
Ela se entristecia, ao lembrar de seu passado;
Ela sofreu e lutou, ela nunca desistiu apesar de tudo;
Enquanto ele, só sabia bancar o bobo, era seu jeito de dizer: "Eu me importo com você, então sorria para mim";
Ela se encantou com ele; Ele se perdia nos olhos dela;
Eles continuaram a caminhar até que ela teve de ir embora.
Mas antes de ir, ela segurou suas mãos, olhou em seus olhos, e disse não saber o que fazer;
Ele mais uma vez se fez de tolo, e disse que bastava ela escolher, entre o Sim e o Não;
Mas a verdade, é que este modo aparentemente tão confiante do "palhaço", não passava de um disfarce, para que ela não enxergasse o medo em seus olhos;
E então, ela disse: "Você me encanta, não sei o que fazer com você";
E ele disse: "Eu sei que sou encantador, então não resista a mim."
Ela sorriu, com a graça do "palhaço", e então aproximou seu rosto do dele, e o Beijo aconteceu.
Não houve sinos, não houve foguetes no céu noturno, não houve musica de fundo, mas ainda assim foi um acontecimento fantástico.
Mas do mesmo modo como tudo começa, uma hora tem de acabar. O Beijo foi rápido, singelo, ingênuo até, mas foi a coisa mais linda que as paredes daqueles velhos prédios da cidade puderam ver em anos.
Ela partiu para onde deveria ir; ele sorriu e seguiu seu caminho como deveria, mas naquele dia, ele que sempre se sentiu preso, experimentou asas que nunca tinha percebido. Pela primeira vez em sua vida, ele pode se sentir livre como se estivesse nos céus, apesar de ainda estar preso a terra.